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Eu me sinto no ponto de co-criar esse futuro emergente


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conheça Flavia Sakai, empreendedora social criativa e inspiradora confirmada no Festival Mundial da Criatividade

Desde a sua infância, com curiosidade, coragem e intuição, Flavia desenha a sua jornada pessoal e profissional orientada pelo desejo de atuar com autenticidade, sensibilidade e profundidade. 

 

Formada em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP e com experiência em comunicação, desenvolvimento humano e Teoria U, tem como expertise essencial a arte, e a criatividade. Atua há mais de 20 anos com líderes visionários e inovadores, conduzindo processos co-criativos e projetos de impacto social, ambiental e cultural. Hoje, vive seu propósito de trazer mais consciência, humanidade e alegria para o mundo, por meio da Arte, Educação e Inclusão. 

 

Confira a entrevista onde ela conta sobre a sua experiência com facilitação criativa em trabalho artístico com jovens no Ateliê Pipilu - um braço de arte e criatividade da ONG Casa dos Curumins, atuante na Comunidade Pedreira na Zona Sul de São Paulo. Durante o ano passado, Flávia facilitou a interação dos 30 jovens de 12 a 22 anos com diversas técnicas e materiais. Na entrevista ela também fala sobre os métodos utilizados, como a Teoria U. 

Vamos começar pelo básico: o que é a facilitação criativa?

 

Eu comecei a adotar esse termo no trabalho com os jovens da periferia para substituir o termo "arte-educador". Porque eu não estou lá educando necessariamente ou levando um conhecimento, o que eu estou fazendo é facilitar para que eles venham com tudo: com todo seu mundo interior, sua expressão, sua identidade, sua energia e todos os sonhos. É como se eu abrisse um campo para deixá-los seguros e à vontade para trazerem seu repertório de vivências. Não importa se têm 12 anos ou 20 anos, todos tem um repertório. 

 

Eu percebo que em cursos de criatividade muito formatados, os resultados são muito parecidos, você quase não diferencia a criação de uma pessoa da criação de outra. Na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) eu me sentia muito solta, mas acabei entendendo a metodologia deles: a ideia era deixar a gente vir com nosso repertório. Eu saí da faculdade de arquitetura e fui trabalhar como designer gráfica, em todos os suportes. Quando tive a oportunidade de trabalhar em equipe, percebi que a forma como eu fazia era essa: quando formalizei minha empresa em 2008, eu jogava o pepino na mão da pessoa e deixava  a pessoa resolver como ela achasse melhor, meu jeito sempre foi deixar a pessoa vir e ir orientando, e não dar uma fórmula de como fazer as coisas. Vi que meu jeito de pensar e de trabalhar em equipe poderia ser transferido para essa oportunidade na ONG, e acho que tem gerado frutos. O design continua comigo na atuação nova, mas hoje o processo é mais importante do que o resultado. 

 

O que é a teoria U?

 

Ela foi criada pelo Otto Scharmer - é a teoria da transformação do ser para transformar as realidades sociais. A descida do U é um mergulho no autoconhecimento, é sobre você desapegar do passado, das suas crenças, para então ouvir e ver o mundo sem preconceito e sem julgamento. Você vai descascando e chega na sua fonte mais profunda de humanidade, aí  na parte mais baixa do U você começa a co-criar com o futuro emergente. E, pensando no trabalho em equipe: um constrói em cima da ideia do outro, e assim a subida é feita em conjunto, coletivamente. 

 

E qual é o seu momento atual? 

 

Eu estou vivendo esse momento do “emergir” da Teoria U. Durante toda a minha trajetória pela arquitetura, pelo design gráfico e editorial, fui trabalhando meu autoconhecimento no paralelo. Agora, com 49 anos, eu me sinto no ponto de co-criar esse futuro emergente, trabalhando com um propósito, vendo conexão entre as coisas.  E sinto que fazer parte do Festival Mundial de Criatividade é um dos pontos nessa sincronicidade.